Solim: Empresas privadas são catalisadoras da inovação no sector dos resíduos
Contentores, sistemas de gestão de resíduos, sistemas de sensorização, camiões de recolha bilateral e estações de transferência são os principais produtos disponibilizados pela Solim em Portugal.
Criada em 1988 na senda das então novas exigências europeias para com o ambiente e a necessidade crescente de recolher e tratar adequadamente os resíduos urbanos, a Solim mantém o foco nos equipamentos mas associados à área tecnológica, que vai sendo cada vez mais determinante neste sector.
Quando criámos a Solim, não existiam plataformas integradas de gestão de resíduos, nem sensores ou outras tecnologias que disponibilizamos hoje aos nossos clientes”, explica António Bento, um dos fundadores e o único que permanece à frente da empresa. Mas esse caminho foi inevitável. “As empresas privadas têm sido catalisadoras da inovação no domínio dos resíduos e da limpeza urbana, sobretudo junto das autarquias. E não é só porque representamos marcas internacionais reputadas e com histórias de sucesso associadas, mas porque participamos em eventos internacionais e sabemos o que de mais avançado se faz, onde se faz e quais os seus resultados”, aponta o responsável acrescentando que muitas vezes é a empresa que consegue sensibilizar o município para a necessidade de ir mais além e introduzir sistemas inovadores.
PAYT vai ter de ser adotado, mais cedo ou mais tarde
“Divulgamos tecnologias inovadoras e boas práticas internacionais, porque para muitos municípios não há outra forma de saberem o que se faz noutras cidades fora de Portugal. Faz parte da nossa missão de contribuir para as metas e objetivos nacionais no que respeita aos resíduos”, afiança. As plataformas inteligentes de gestão de resíduos, por exemplo, estão a conquistar cada vez mais municípios. “Quando introduzimos este produto em Portugal, com o MOBA, não existia nada deste género, mas o sistema foi pegando e hoje devem existir uma trintena de municípios com esta tecnologia de plataformas”, sustenta.
Neste sentido está também a aposta nos sistemas PAYT (pay-as-you-throw) que, acredita, terão de ser adotados mais cedo ou mais tarde pelas entidades gestoras, como a forma mais justa de gerir a produção e correta separação dos resíduos junto dos munícipes.
Entre os sistemas tecnológicos que a Solim disponibiliza, António Bento aponta os sistemas de recolha bilateral da Nord Engineering, que ainda não têm muitos adeptos em Portugal. “É um sistema caro comparado com os tradicionais de recolha traseira, mas na verdade permite reduzir o custo do serviço, porque reduz a mão de obra a um único motorista”, explica. Mas as vantagens não se ficam por aqui: todo o sistema é automatizado evitando que o motorista saia da cabine, o que reduz o risco de acidentes, e torna o processo de recolha dos resíduos mais rápido.
António Bento: + de 40 anos a ditar o mercado dos resíduos urbanos
“Comecei a trabalhar em 1978. Fui convidado a dirigir uma empresa de construção de camiões de recolha de resíduos em Lisboa, chamada Metalofabril. Era um período de grandes convulsões sociais, nomeadamente a nível laboral e empresarial”, recorda António Bento, engenheiro mecânico de formação, hoje responsável da Solim. “Fui instruído para fechar a empresa, mas como o negócio começou a correr bem com o aparecimento de encomendas, a dada altura, inverteu-se a ideia inicial de fechar a empresa. Os trabalhadores passaram a ter melhores condições de trabalho e um mês depois já produzíamos camiões para todo o país”, recorda.
Na altura, estes camiões rotativos tinham a designação KUKA. Cerca de 85 % das viaturas em Portugal eram então desta marca, que dominou o mercado nacional até meados dos anos 90, observa António Bento.
Em 1983, foi convidado para criar outra empresa de camiões para a recolha de resíduos, a Volvaler. Com uma fábrica de produção localizada em Ovar, esta foi também uma empresa de sucesso no sector do transporte dos resíduos.
Cinco anos depois, António Bento cria então a Solim, inicialmente “como forma de complementar a oferta da Volverde”. A Volverde fornecia camiões, a Solim os contentores. O crescimento e a evolução do mercado ditou a derivação da Solim para a área das tecnologias, hoje indissociáveis dos sistemas de contentorização.