Numa altura em que as viagens se transformaram em algo acessível para todos, Luís Capão, presidente da Associação de Limpeza Urbana (ALU) afirma em entrevista à Ambiente Magazine que as cidades foram, consequentemente, obrigadas a terem uma noção territorial e de competitividade: “As empresas internacionais ou nacionais não têm interesse em ter a sua montra num território sujo e que não é visitado”, além de que o património não tem o mesmo valor que tem num município, cidade, vila ou freguesia onde não haja um nível de integração de limpeza interessante, sublinha.
A limpeza urbana tem ainda um impacto forte na componente de fixação de capital humano: “Uma cidade limpa é mais competitiva, fixa melhor o capital humano e dá melhor resposta e uma qualidade de vida acima das outras”. Nas pessoas, o impacto torna-se ainda mais evidente quando, atualmente, as cidades são cada vez mais vividas no espectro completo daquilo que são as 24 horas do dia: “O munícipe avalia cada vez mais rápido aquilo que é o papel e as respostas que a autarquia está a dar àquilo que se vai passando na cidade”.
É assim que Luís Capão constata tratar-se de um setor que impacta de forma direta a vida das pessoas, mas que passa ao lado do senso comum: “A ALU atua assim numa área que não é regulada e que não existe informação: é uma área onde normalmente se apagam fogos diariamente e onde existe uma grande conflito entre os cidadãos e os serviços da Câmara”. Isto porque não há estratégia nem planeamento: “O problema de Portugal nem sempre é a falta de recursos, mas claramente, a duplicação de esforços”. Neste caso específico, a ALU começou por criar um “grupo de cidades”, mais focadas nesta área, e, depois, juntou o setor privado: “Criamos um ecossistema que permita dar respostas a desafios brutais que existem nas cidades de hoje”.
Questionado sobre o porquê de o Governo nunca ter dado atenção a esta área, o fundador da ALU explica que a falta de ação tem que ver com o facto de nunca ter havido preocupação sobre a temática: “Nunca houve ninguém que despertasse (o Governo) de forma organizada para estes assuntos”.
Por isso, a ALU quer fazer aquilo que nunca foi feito nas associações ou, pelo menos, copiar aquilo que melhor foi feito nas existentes até agora: “Focamos aquilo que é a transparência, a igualdade e as oportunidades entre os associados, autarquias e privados: queremos prestar um serviço público”, afinca.
Leia a entrevista completa aqui: https://www.ambientemagazine.com/limpeza-urbana-um-setor-que-impacta-de-forma-direta-a-vida-das-pessoas-mas-que-passa-ao-lado-do-senso-comum/