Plataforma SOTKIS: o futuro da reciclagem

Ao longo de mais de três décadas, o Grupo Sotkon tem-se distinguido no desenvolvimento, no fabrico e na venda de contentores enterrados para resíduos urbanos. Os equipamentos da marca são hoje sinónimo de segurança e durabilidade, sendo já uma escolha de centenas de cidades de todo o mundo.

O Grupo Sotkon tem um percurso de mais de 30 anos dedicado ao desenvolvimento, fabrico e venda de contentores enterrados para resíduos urbanos, tendo-se destacado tanto em Portugal como a nível internacional. Os equipamentos Sotkon são reconhecidos por serem soluções seguras, duradouras e atrativas. Centenas de cidades, localizadas em mais de 20 países em quatro continentes, já puderam comprovar como estas soluções simples e eficientes fomentam a correta separação de resíduos e aumentam as taxas de reciclagem.

A Sotkon tem concebido os seus produtos com o objetivo de facilitar a sua instalação e integração no ambiente urbano, bem como de reduzir custos de manutenção e operação para a entidade de recolha. O percurso da Sotkon está também marcado pelo seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade, através do desenvolvimento de soluções com base tecnológica para otimizar a gestão dos resíduos.

É incontestável que a tecnologia IoT (Internet of Things) veio para ficar e que terá um papel fundamental na transformação do setor dos resíduos, ao ser necessária para atingir as metas de reciclagem, impactando áreas como a recolha inteligente, a logística e o transporte, o tratamento dos resíduos e a monitorização de dados. 

Sotkis - Sotkon Intelligent Systems

A Sotkon demonstrou o seu carácter inovador ao ser pioneira em Portugal na aplicação de sondas de enchimento nos seus contentores, uma solução que evoluiu, desde 2009, para o que é atualmente a plataforma digital Sotkis, acrónimo de Sotkon Intelligent Systems.

O Sotkis consiste num “ecossistema” integrado de gestão, com base em dados digitais recolhidos nos contentores. Disponibilizado de forma gratuita, o Sotkis é hoje composto por vários módulos que permitem aos municípios gerir online o seu parque de contentores de resíduos. O acesso à plataforma é feito de forma bastante simples, sendo que os munícipes também podem interagir com esta plataforma, por exemplo, verificando o seu histórico de deposições e comunicando anomalias nos equipamentos.

Ao longo dos anos têm sido vários os municípios que apostaram nos diversos módulos do Sotkis para aumentar a sua eficiência e incentivar os seus cidadãos a adotar as melhores práticas de deposição.

O módulo Sotkis Level utiliza sensores ultrassónicos ou laser para fornecer informações sobre o nível de resíduos em cada contentor, permitindo utilizar estes dados para melhorar os recursos alocados ao processo de recolha e tornar as rotas programadas mais económicas e ambientalmente sustentáveis. As entidades de gestão de resíduos podem assim planear rotas fixas ou dinâmicas para melhorar a eficiência logística, reduzir os custos operacionais e as emissões de CO2.

O módulo Sotkis Access permite fazer o registo de todos os munícipes que utilizem os equipamentos e monitorizar os seus hábitos de deposição. Este sistema recolhe informação sempre que uma chave de acesso é utilizada e converte esses dados em informações úteis para a definição de políticas municipais. Todos os dados detalhados ficam disponíveis na plataforma Sotkis de acordo com o perfil do utilizador, já que gestores, operadores e cidadãos têm acessos a diferentes níveis de informação parametrizada. O Sotkis é assim também a solução ideal para os municípios que desejam ter sistemas PAYT (Pay-As-You-Throw).

Casos práticos

Na Grécia, o município de Kozani conta já com 108 equipamentos do sistema enterrado para resíduos Koncept e recebeu há poucos meses 25 contentores enterrados equipados com o módulo Sotkis Access. Estes novos equipamentos foram distribuídos por cinco locais centrais de Kozani tendo sido entregues 2.000 cartões inteligentes RFID ao município, para distribuição pelos cidadãos aderentes ao programa de reciclagem desta cidade. O objetivo destas instalações é aumentar a reciclagem em termos quantitativos e qualitativos, proporcionando incentivos e recompensas aos participantes através da monitorização das deposições.

Já em Portugal, os equipamentos Sotkon fazem parte de diversos projetos de recolha de resíduos seletivos que incluem os módulos Sotkis Access e também o Sotkis Level.

Nestes projetos, o módulo Access tem a valência de permitir medir as frequências de deposição e o grau de adesão da população. Já o módulo Level – pelas características dos resíduos seletivos, que são mais heterogéneos em termos de forma e volume que os indiferenciados –, permite parametrizar o envio de um alerta de enchimento quando o contentor está perto do nível máximo. Em conjunto, estes dois módulos contribuem para obter informações valiosas, tais como os horários em que ocorrem mais deposições e as frequências ideais para a recolha dos resíduos.  

A experiência da Sotkon comprova que os sistemas de deposição coletiva são a opção mais válida para a recolha seletiva de resíduos e que os marcos de deposição que incluem controlos de acesso permitem melhores taxas de reciclagem e de qualidade dos resíduos.

A par da utilização dos módulos Access e Level, destaca-se um novo projeto realizado no último ano em Zagreb, na Croácia. Nesta capital europeia, foram instalados cerca de 150 equipamentos do sistema de resíduos enterrados Koncept, com adição destes dois módulos Sotkis, num projeto avaliado em mais de um milhão de euros. É de realçar a aposta contínua das cidades croatas na plataforma Sotkis, já que, para além de Zagreb, esta é utilizada desde 2015 em diversos outros municípios.

Ainda na Croácia, em Zapresic, desde 2019, destaca-se a implementação de outro módulo da plataforma Sotkis – o “PAYT” para tarifação dos resíduos indiferenciados. O módulo “PAYT” destaca-se pela sua simplicidade e eficiência, permitindo aos municípios implementar um sistema de tarifação separado do consumo de água, promovendo uma eliminação de resíduos mais justa e responsável. Este módulo possibilita a aplicação de tarifários poluidor-pagador, através do cálculo do volume mensal depositado pelo munícipe, aliando os controlos de acesso colocados no marco de deposição a um restritor que utiliza o volume como unidade de medição dos resíduos. Assim, os munícipes pagam uma tarifa baseada na quantidade de resíduos indiferenciados que produzem, recompensando corretamente os utilizadores que contribuem para o aumento das taxas de reciclagem. Recorde-se que a implementação de tarifários “PAYT” em Portugal será obrigatória para os cidadãos a partir de 1 de janeiro de 2030.

A área da manutenção de equipamentos, com o módulo Sotcare, é também um dos destaques da plataforma Sotkis. Sabendo das dificuldades de contratação e que as câmaras municipais têm cada vez menos recursos afetos a esta área, produzir equipamentos com menos requisitos de manutenção é fundamental para a Sotkon. O módulo Sotcare visa minimizar as dificuldades operacionais e permitir uma gestão mais eficiente, através da manutenção, limpeza, conservação e assistência técnica aos equipamentos de deposição.

Com uma proposta completa ou com diferentes níveis de customização, os planos de manutenção são adequados às necessidades de cada município, sendo possível acompanhar todas as intervenções realizadas na plataforma Sotkis, e são múltiplas as suas vantagens: garantia da segurança, durabilidade e fiabilidade dos equipamentos, redução de custos e da necessidade de novos investimentos, melhoria da imagem do espaço urbano e da satisfação dos utilizadores, maior rentabilidade da atividade de recolha e comunicação em tempo real de eventuais irregularidades e de pedidos de reparação. Por todos estes motivos, o SOTCARE já é considerado uma mais-valia em vários municípios portugueses.

Por fim, a mais recente adição à família Sotkis é o módulo DRS (Digital Return System). Este módulo apresenta-se como um sistema que oferece recompensas pela correta deposição de resíduos seletivos, utilizando tecnologia inovadora que combina acústica com algoritmos de Inteligência Artificial, para potenciar o aumento das taxas de reciclagem e melhorar a qualidade dos resíduos. O DRS surgiu para moldar o futuro da reciclagem e promover a economia circular a partir da separação na fonte.

Este módulo identifica individualmente cada embalagem de deposição seletiva (vidro, plástico e metal), permitindo a atribuição de incentivos a cada utilizador e motivando, assim, toda a população a reciclar de forma mais frequente. Os cidadãos apenas necessitam de um dispositivo móvel com Bluetooth ou de um cartão RFID para se ligarem ao equipamento, procedendo depois à deposição. Após este processo, o utilizador recebe o incentivo que a sua cidade quiser atribuir. Os incentivos podem ser “pontos” que se convertem em vários benefícios para cada cidadão – descontos nas tarifas de resíduos, transportes públicos, utilização de equipamentos municipais ou incentivos à participação em eventos da cidade.

A agregação de todas as valências digitais na plataforma Sotkis permite a tomada de decisões com mais informação e conhecimento, para promover a economia circular, a poupança de recursos, o cumprimento dos objetivos de reciclagem e a diminuição da deposição de resíduos urbanos em aterro, tal como é exigido pela União Europeia.