ALU na revista Smart Cities: “Mensagens claras para a Limpeza Urbana e para as metas da Reciclagem”

A Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU) e os seus associados voltam a marcar presença em mais uma edição da revista Smart Cities.

Na edição de abril/maio/junho desta publicação especializada em inteligência urbana, no habitual espaço dedicado à ALU, foi publicado o artigo de opinião “Mensagens claras para a Limpeza Urbana e para as metas da Reciclagem”, da autoria de Luís Almeida Capão, presidente da Direção da ALU (leia abaixo).

Além disso, também os associados aderentes ALMOVI, HIDROMASTER, METALIAX e SOLIM puderam partilhar algumas das suas novidades e produtos.

A publicação decorre da parceria anual celebrada entre a ALU e a revista Smart Cities, que tem como objetivo aproveitar um espaço privilegiado para dar voz a algumas das preocupações do setor da limpeza urbana e da recolha de resíduos e proporcionar aos associados aderentes da ALU a possibilidade de divulgarem os seus produtos e soluções.  

 

Mensagens claras para a Limpeza Urbana e para as metas da Reciclagem

Por: Luís Almeida Capão, presidente da Direção da ALU

O próximo Encontro Nacional Limpeza Urbana já está marcado para os dias 12, 13 e 14 de dezembro em Cascais. Vão ser três dias de exposição e conferências com os protagonistas do setor em torno de uma ideia: “A Limpeza Urbana ao Serviço das Pessoas e dos Territórios”.

A comunicação para todos vai ser um dos temas em debate: como chegar às pessoas; como implementar políticas públicas eficazes que dependem dos cidadãos; quais os pontos de viragem em lugares que hoje são mais limpos e têm mais qualidade de vida.

Em março, foi publicado o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2030. O documento traz boas notícias, das quais falaremos a 6 de junho, em Mafra, na conferência “PERSU 2030: Conhecer e atuar”, organizada pela ALU.

Para já, destaco que o PERSU atribui a elaboração do Plano Nacional de Comunicação dos Resíduos às entidades gestoras, o que nos parece essencial. Para cumprirmos as metas, é imprescindível o envolvimento das pessoas. Mas, para que as campanhas sejam realmente eficazes, temos de conhecer os dados e, com base neles, falar claramente e a uma só voz!

Temos tido essa preocupação com os dados da Limpeza Urbana. Através da análise apresentada em Loulé (2022), aferimos que as autarquias podem receber mais de 44 milhões de euros do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) por papel, vidro, plástico e alumínio, se as pessoas escolherem pôr os resíduos no sítio certo. Segundo o mesmo estudo, a entrada em vigor dos novos regimes de Responsabilidade Alargada do Produtor, com os plásticos de uso único à cabeça, soma mais 12 milhões de euros a essa conta.

Em abril, deu-se pouca importância à notícia da TSF “Portugal está a perder 31 milhões de euros (M€) por ano por causa das embalagens que não são colocadas no ecoponto”. O dinheiro que estamos a atirar para o aterro cresce muito mais se juntarmos o papel, o plástico e os restos de comida que não são separados em casa.

“Em 2021, 56% dos resíduos produzidos em Portugal Continental foram depositados em aterro”, lê-se no Relatório Anual Resíduos Urbanos 2021 (APA, 2021). Faltam-nos estimativas de valor a nível nacional para percebermos quanto dinheiro estamos a desperdiçar. Mas são, pelo menos, 87 M€ (31 M€ de vidro, 44 M€ de fluxos seletivos em Limpeza Urbana, 12 M€ de Produtos de Plástico de Uso Único e uma grande incógnita de seletivos em aterro) que não estão a ser usados pelos municípios por, pelo menos em parte, inércia ou iliteracia das pessoas. Um valor que chega para requalificar, anualmente, 17 escolas, comprar 155 autocarros, construir 500 fogos de habitação social.

A abordagem às boas práticas dos cidadãos tem de ser cada vez mais baseada em dados e os apelos à ação têm de passar pela demonstração: quantifique-se o cheque deitado à rua por cada um de nós e demonstre-se o que se poderia ter feito com esse valor. E que se expresse essa ideia em português claro, ou em crioulo, inglês ou ucraniano. Se precisamos de todas as pessoas envolvidas no início do processo, temos de falar para as pessoas como elas falam, nos lugares que frequentam, nos bens de cultura e de entretenimento que consomem.